Lembre-se de Dezembro

Por Henrique Esper

Dezembro chegou. Os enfeites de Natal e as luzes brilhantes espalhadas pela cidade não nos deixam esquecer isto. Junto com ele vem aquela mistura de sabores e emoções: aquele calorzinho que invade o coração quando lembramos que o Natal está próximo; o alívio ou o gosto um pouco amargo que aparecem ao pensarmos que mais um ano se passou rapidamente pelos nossos dedos; o doce encontro das festas de confraternização entre família, amigos e colegas de trabalho; e não podemos esquecer-nos dos sorrisos, da ansiedade, da animação e do entusiasmo que as promessas, possibilidades e mistérios que um ano inteiramente novo pode nos oferecer.

Entretanto, a correria do dia-a-dia não diminui, muito pelo contrário, ela até aumenta. Os estudantes preocupam-se com provas e trabalhos finais, enquanto nas empresas, apesar do clima estar um pouco mais leve, o montante de trabalho continua o mesmo. Sem falar nas andanças pela cidade e no stress que a busca pelos presentes de Natal e amigo secreto causam.

Neste corre-corre nem percebemos as folinhas que são destacadas do calendário, poucas vezes paramos e olhamos ao nosso redor, só para nos lembrarmos que é Dezembro, e, pela falta de tempo ou medo de arriscar, fazemos tudo igual.

Pensando nisso, gostaria de compartilhar um vídeo de uma ação feita pela Brastemp. Em agosto deste ano, mais de 500 pessoas foram ao centro de São Paulo com placas de espelhos nas mãos. Enquanto caminhavam, elas usavam seus objetos para refletir a luz e chamar a atenção dos cidadãos que viviam sua rotina. Ao chegarem à frente do prédio da Bovespa, todos levantaram, viraram seus espelhos para cima e juntaram-nos lado a lado com o intuito de trazer o céu para o chão da cidade.

Curiosos que lá estavam ficaram na ponta dos pés, mãos puxavam outras para cima de muros, caixas e bancas de jornal, em uma tentativa de ficar mais alto, mais alto que o céu. A proposta era inspirar as pessoas e fazê-las ver as coisas de outro ângulo. Entretanto, ela foi além e mostrou que unidos e com imaginação podemos alcançar o céu.

Por isso, convido vocês a inspirarem-se, arriscarem e a ousarem. Afinal de contas, sempre há aquela coisinha que queremos fazer, mas nunca conseguimos. Sempre tem aquela pessoa a quem queremos presentear com algo especial, mas nada parece bom o suficiente. Por isso, respire, pense e atreva-se!

Querendo ou não, os grãos de areia que escorregam pelo vidro da ampulheta do tempo não param, e são nossas escolhas e nossas histórias que fazem de nós quem nós somos. E quem não gostaria de contar ou ouvir uma história que começasse com “era uma vez em Dezembro...”?