sábado, 2 de julho de 2011

O desabrochar do amor

Por Henrique Esper

Contos de fadas são velhos conhecidos nossos. Estou para conhecer quem nunca se encantou com lugares distantes, duelos de espadas, feitiços, príncipes, princesas e, claro, o amor verdadeiro.

Quando crianças aprendemos a acreditar que um dia encontraremos a pessoa certa e viveremos felizes para sempre. Quando crescemos, passamos a crer que não há espaço no mundo real para contos de fadas. E, talvez, o amor verdadeiro nunca bata a nossa porta.

Porém, sempre tem alguém que nos lembra como era escutar essas histórias, como é sentir o coração bater mais rápido e como era acreditar que sempre há um final feliz nos esperando. Por isso, resolvi fazer uma resenha dupla sobre um livro e um filme (baseado no livro) com esse tema. Eles se chamam: Beastly (A Fera). Já deu para sacar o assunto, não é mesmo? Estou falando de duas obras inspiradas em um dos contos de fadas mais conhecidos no mundo: A Bela e a Fera. Apesar do filme ser baseado no livro da autora Alex Flinn, eles são bem diferentes então, vamos por partes.

O livro.

O que eu mais gostei de Beastly foi o fato do livro não ter sido inspirado ou baseado no conto Bela e a Fera, mas sim em SER o próprio conto! Claro que pequenas modificações tiveram que ser feitas já que a história se passa na Nova York dos dias de hoje.

A Fera é um garoto chamado Kyle Kingsbury, o mais rico e bonito de uma escola de alto nível de Nova York. Porém, só porque uma coisa é bonita não significa que ela é boa. E Kyle é o melhor exemplo disso. Ele é superficial, cruel, e seu passatempo preferido é falar mal dos outros. Depois de tomar uma lição de moral, na frente de toda a sala, de uma garota esquisita e com uma aparência repugnante, chamada Kendra (a bruxa da história), Kyle decide se vingar. Ele convida a tal garota para o baile da escola com a intenção de deixá-la sozinha na porta do salão, fazendo-a passar vergonha na frente de todos

Grande erro! Depois da festa, Kyle se surpreende ao ver Kendra em seu quarto. A garota revela-se uma linda feiticeira e transforma o jovem em uma fera horrenda com pelos, garras e tudo que um bicho desses tem direito. Ela dá ao jovem dois anos para que ele encontre alguém que o ame e, aqui é a parte difícil, que ele ame de volta. Se isso acontecer e ele for beijado pela garota o feitiço é quebrado. Caso contrário, ele tem que viver como um monstro para o resto da vida.


Para piorar as coisas, o pai de Kyle valoriza demais a aparência física e só pensa em trabalho, deixando o jovem em segundo plano. Por isso, quando não pode ajudar o filho a voltar ao normal ele “na melhor das intenções” compra uma casa no Brooklyn (o castelo do conto) com diversos equipamentos eletrônicos de última geração e deixa o garoto a Fera lá, acompanhado de uma empregada, Magda, e um tutor Will, que são os primeiros amigos verdadeiros de Kyle.

A partir dai a história se desenrola da mesma forma que o conto, Kyle espia as pessoas com seu espelho mágico, um homem invade o castelo a casa super equipada e troca a própria filha (que em Beastly  se chama Linda) pela sua vida, o monstro e a jovem começam a se conhecer melhor... até desabrochar no final feliz (que vem com um pouco ação!). Sem falar nas rosas, um elemento importantíssimo e sempre presente durante a narrativa.

Outra coisa que me chamou a atenção foi a mudança de perspectiva. Toda a história é contada pelo ponto de vista da Fera, mostrando como ele realmente mudou. Além disto, a bruxa, que em algumas versões do conto aparece em sonhos para Bela, conversa frequentemente com Kyle através do espelho. Sem falar no divertido chat para pessoas enfeitiçadas, no qual personagens como a pequena sereia e o sapo (da história A Princesa e o Sapo) fazem parte.

O filme.

Sinceramente, não gostei do filme. Eu sei que o livro sempre é melhor e juro que estava aberto a aceitar algumas mudanças, mas o filme não é muito bom. Em primeiro lugar algumas personagens tiveram sua personalidade mudada completamente. O pai de Linda não é um drogado egoísta, como é retratado no livro, que dá sua filha para um estranho em troca de liberdade. Outro exemplo é a namorada de Kyle que, no filme, só era má porque namorava o menino.

No longa metragem a aparência humana do garoto foi preservada.

Além disto, o filme dá a entender que Kyle(Alex Pettyfer) já gostava de Linda (Vanessa Hudgens) antes mesmo antes de ser transformado em Fera, o que foge completamente da história do livro e do conto, já que aprender a amar alguém além das aparências foi um processo que os dois viveram juntos. Sem falar que o final emocionante do livro foi alterado para um final clichê de filme estilo sessão da tarde.

O filme será lançado no Brasil no dia 12 de agosto de 2011.


Mas, nem tudo é ruim. As atuações de Mary-Kate Olsen, como bruxa, e de Vanessa Hudgens estão muito boas. Outra coisa bacana foi o fato de Kyle não espiar as pessoas através do espelho mágico (que não existe no filme), mas sim por uma rede social. Porém, se você for assistir um filme sobre A Bela e a Fera assista a animação da Disney.

Enfim, seja  nas páginas de um livro ou nas telas do cinema, esta é uma história que te levará para um lugar conhecido, porém já esquecido. Onde bruxas existem, magia é a lei e, onde, o amor verdadeiro é a força mais poderosa de todas. Afinal, o amor nunca é feio e todos precisamos de beleza em nossas vidas.

Imagem de André Uenojo.

Um comentário:

  1. Eu li 70 páginas do livro e assisti o filme, e a única diferença q percebi foi a aparência da bruxa. Nossa, fiquei revoltada em ser a Mary Kate Olsen ao invés de uma obesa de cabelos verdes =/
    Pretendo ainda comprar o livro e ler inteirinho pq ele parece ser realmente mil vezes melhor q o filme! ;]
    Adorei o post!

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