terça-feira, 11 de janeiro de 2011

desEnrolados

Por Henrique Esper

Enrolados marca as bodas de ouro da Disney, pois é a 50ª animação produzida pela empresa (veja aqui o vídeo comemorativo). Protagonizado por uma bela princesa (personagem que a Disney é especialista em criar) o filme é uma adaptação da fábula dos irmãos Grimm, Rapunzel, que, devo confessar, me agradou muito.



Em primeiro lugar as personagens são muito carismáticas, expressivas e com uma personalidade incrível! Já a trilha sonora, apesar de não ter sido uma das mais marcantes, com certeza emociona. E o roteiro ficou bem legal, inclusive porque se mantém fiel a diversos elementos da história original, como: a hortaliça roubada pelo pai no livro, que em Enrolados transformou-se em uma flor, está lá; a armação da bruxa para pegar o príncipe não foi cortada; e o poder de cura das lágrimas de Rapunzel que, no filme, estende-se aos cabelos da jovem, também foi mantida.

Como toda princesa da Disney, Rapunzel é forte, inteligente, talentosa (ela cozinha, pinta, dança costura, etc), luta pelos seus sonhos, além de, claro, possuir uma voz excepcional. Armada com sua longa cabeleira e uma frigideira, Rapunzel obriga o ladrão Flynn Rider a tirá-la da torre e levá-la para ver as luzes flutuantes, lançadas ao céu uma vez por ano.



Apesar de ser muito divertida, simpática e até um pouco irônica, não é a princesa quem rouba as cenas, muito menos o bandido/mocinho. As personagens que realmente chamam a atenção são os animais: Pascal e Maximus. O primeiro é o inseparável companheiro de Rapunzel, um pequeno camaleão que poderia muito bem ser o grilo falante da princesa, se ele falasse. Apesar de não pronunciar uma palavra o pequeno réptil se expressa muito bem com seus gestos, cores e alguns sons. Já o segundo é o correto, justo e destemido cavalo da guarda real. Maximus não poupa esforços para cumprir sua missão de capturar Flynn Rider. Entretanto, o simpático cavalo rende-se ao charme e a conversa de Rapunzel e ajuda os heróis em outra missão: a de realizar o sonho da princesa.

Mesmo com toda a graça e encanto do filme, a dublagem brasileira me incomodou. Quero dizer a dublagem de Flynn Rider em especial, feita por Luciano Huck, me incomodou profundamente. As vozes das outras personagens ficaram muito boas. A atriz Gottsha conseguiu colocar poder e imponência nas frases da “querida mamãe” de Rapunzel que, sob a fachada de bem-intencionadas, diminuem e oprimem a princesa. Sylvia Salustti, por sua vez, transmite toda a alegria e energia da protagonista. Já o personagem de Luciano Huck, apesar dos gestos energéticos e expressões vívidas, possui uma voz mecânica, dura, sem uma fluidez natural.

Por fim, Enrolados é um típico filme da Disney: divertido, com personagens simpáticas e músicas tocantes, recheado de belíssimos valores e...encantador! A fantástica fotografia da animação e os traços detalhados e muito expressivos das personagens (sem falar na personalidade de cada uma) conquistam a todos. Uma boa pedida para esta época de férias.

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